terça-feira, 21 de setembro de 2010

Aprendiz da solidão

Eu pensei te acariciar nos meus braços de Outono. Mas o frio que tinta o nosso quarto revela a vasta imensidão de não ter você.
Eu te desejei enfim, até chorei por nós. Mas vi em pedaços todo aquele amor que um dia nos fez maior. E hoje, restou esse grito abafado (o silêncio que rompe esse céu já aberto) e a infeliz lembrança dos nossos olhos de tarde demais.
Desencontro com o amor. Não soubemos lapidar suas imperfeições tão perfeitas.
Pra você foi perda de tempo (que procura um abrigo imaginário na sua inaptidão de sonhar)
Pra mim falta de tato (quando achei ser capaz de te ensinar de amor).
Pobre do seu coração, capaz de subverter a coisa límpida nesse cenário de vazio e retenção.
Triste por você, somente um corpo. Pálido e sem pertencimento.
Agora entenda... Ainda que sem você saberei voar. Curado e alado.
E assim me aceite, como uma evolução do que você não soube ser
E me desperdice um pouco mais. Para que a solidão te ensine a sonhar.

domingo, 19 de setembro de 2010

[Re] Começo

Num pedaço de tempo não houve palavra. No espaço entre os sonhos não alcancei inspiração.
Ouvi histórias de Chico, de Caio, de Vitor… E Saulo susurrou ao meu ouvido as letras que em mim agora fazem sentido.
Vida própria; lápis, sentimento e papel.
Cores vivas; vida, poesia e pincel.
Me encontrei perdida de mim. Mas loucura é perder e deixar escapar.
Então escutei. Exercitei.
Era sonho e eu enxerguei aqueles lábios dourados se transformando no sorriso incentivo. Meus olhos se abriram e eu era mais uma vez palavra.
Num mar de encantos, pura, púrpura poesia.
E meu caminho será para onde todos os sonhos me guiarem…