quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fuga

Chuva fina, céu cinza e um par de olhos derramando uma saudade.
Dentro, a tempestade de todos os afetos que um dia foram seus e o frio do seu ceticismo incompatível com o meu amor.
Então sangra.
Escorre em vermelho o amor por dentro. Até que o fim amanheça esses olhos banidos, que hoje se dispersam entre os seus sinais e a minha lógica.
E inerte, apenas no balançar dos pensamentos, desenho no céu a lembrança do nosso amor totalmente irracional, e parcialmente feliz.
Por isso, covardemente eu fujo. Não aprendi com você a arte de ser metade, porque em tudo que me invade, meu amor, não cabe espaço para ausências, e com você eu caminhei vazia de completude e intensidade.
Então fugir foi a minha saída para ser inteira na nossa saudade.



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